Igreja de São Francisco - Lucrécia



        A Igreja Católica de Lucrécia foi iniciada sua construção em 1935, devido uma promessa feita pelo Sr. Paulo Fernandes morador da região, que se valeu de são Francisco de Assis para que houvesse bons invernos para encher o açude que foi construído em 1932 e como houve duas secas consecutivas as pessoas já se encontravam apavoradas. Diante disso, o mesmo com a promessa cumprida pediu ajuda ao Senhor Adrião Duarte Doria Comerciante e um dos maiores proprietários de terra aqui em Lucrécia, para que doasse o terreno o mesmo não recusou, como também auxiliou na construção, pagando uma boa parte da ,mão de obra. Com isso o Sr. Paulo Fernandes reuniu-se a outros habitantes e começaram as construções fazendo o desmatamento da região que segundo os entrevistados era coberto de pedras pequenas, arvores rasteiras, depois do terreno preparado carregaram pedras para o alicerce dos arredores das serras em lombos de animais e caixões feitos de madeiras.
            Como todo o trabalho era feito manual e com pouco recurso fizeram um levantamento dos recursos arrecadados e compraram um parte dos materiais como: tijolo, telhas etc. deixando outra parte para pagamento dos operários. Como todos da comunidade sentiam os mesmo interesse, as doações continuavam e iam suprindo as necessidades. O trabalho foi lento por que além dos poucos recursos os operários não eram capacitados na obra. Somente em 1937 terminaram a capela que era somente um pequeno cômodo tendo como divisão um altar que por traz servia de espaço para o padre trocar suas vestes e guardar seus pertences. A primeira imagem foi uma doação, mas não há nenhum registro do doador. Em outubro do mesmo ano a primeira missa celebrada por Pe. Carlos que veio da Itália para a paróquia de Martins e as demais regiões que pertenciam a mesma, o Pe. vinha a cavalo uma vez por mês celebrava a missa as 10:00 h. e após a missa visitava os enfermos. O pessoal foi se organizando e no ano seguinte, em 1938 a Senhora Josefina Xavier mãe de Dr. Lací, medico da região interessou-se e programou para o Quatro de Outubro o dia da festa de são Francisco de Assis, a primeira festa celebrada e foi uma das maiores da região, com barracas, leilão, missa e procissão, tradição esta que até os dias atuais. Com a renda da festa foram comprados, bancos, tinta para pintura e o sino. Assim continuou por múltiplos anos e cada ano as arrecadações da festa supriam algumas necessidades. Somente em 1997, Salete Duarte, filha de Raimundo Duarte primeiro prefeito eleito do município, também por uma graça alcançada, responsabilizou-se pela festa e com a renda construiu a torre em estilo barroco, tendo desta vez Pe. Mariano também da Itália como Pároco da cidade que passou a pertencer a Paróquia de Umarizal e permaneceu como Pe. da Cidade por vários anos e com rendas de festas fez grande reforma da igreja mudando o estilo do altar. Construiu também a casa paroquial que teve seu terreno doado por Pe. Antonio Menezes Policarpo, filho de nossa cidade que reside no estado de Pernambuco.
            Aqui já passaram vários Padres, dentre eles, Pe. Antonio Neto que foi responsável pela reforma da calçada como também pela troca de portas e janelas, compra de ventiladores e sistemas de som. AS missas eram celebradas nas primeiras sexta-feira de cada mês e no segundo domingo de cada mês.
            No ano de 2006 a Igreja desmembrou-se da Paróquia de Umarizal passando a pertencer a Área Pastoral do Sagrado Coração de Jesus de Almino Afonso que tornou-se Paróquia em 2011. Após desmembrar-se de Umarizal vários Padres já passaram por aqui, como Pe. Ricardo Rubens, Pe. Possídio Lopes, Pe. Domingos de Sá e atualmente o Pe. George Lourenço dos Santos, que após a sua entrada já foi responsável pela reforma da casa paroquial construindo dois banheiros, troca de pisos, pintura e construção de uma secretaria.
            Hoje as missas são celebradas nas primeiras sexta-feira de cada mês e em todos os Sábados as 19: 00 h. no entanto nossa igreja católica possibilita a sociedade católica do município a participar dos eventos religiosos com mais força estimulando a fé individual e coletiva da comunidade cristã.
            A imagem de são Francisco de Assis ainda é a mesma desde a criação da igreja, mas no ano de 2012 ela foi restaurada pela Senhora Francisca Reges Duarte, que é uma das colaboradoras da nossa igreja e doou vários objetos litúrgicos para a igreja.


HISTÓRIA DE CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO



        O município de Lucrécia foi criado em 27 de dezembro de 1963, desmembrado de Martins, através da lei nº 3.040, do então governador Aluízio Alves. As terras de Lucrécia pertenciam a uma mulher de cor preta, a negra Lucrécia que ali residia e sustentava os seus com uma pequena lavoura. Não existia nenhuma outra casa, além do humilde abrigo da preta Lucrécia.
       Em terras pertencentes por direito a uma mulher negra, mais conhecida por todos como Negra Lucrécia, localizadas nas redondezas do rio Mineiro e do riacho Pé de Serra, teve início a construção de um açude que ao mesmo tempo em que se edificava, um povoamento ia se formando ao seu redor conforme dados bibliográficos do escritor Câmara Cascudo. A construção do açude na área do rancho da Negra Lucrécia, na terceira década do século XX, teria dado trabalho a cerca de 2.500 homens.
Com a construção do açude, o rancho da Negra Lucrécia deixava de ser apenas um "rancho" tornando-se um contingente populacional formado por trabalhadores que se uniram e deram continuidade a um grupo de moradores. Com o surgimento dos plantios, as necessidades locais começaram a ser supridas e a realização da feira pública foi mais um passo para que as melhorias da localidade e seu desenvolvimento comercial se desenvolvesse. O povoado foi se tornando uma realidade e logo surgiu a edificação de uma capela, um galpão foi edificado e usado como mercado público, surgiram as casas de tijolo e telha, lojas, novos armazéns e com a energia chegou a modernidade.
    O povoado de Lucrécia, nome dado em homenagem a pioneira da região, tornou-se uma realidade, quando no dia 27 de dezembro de 1963, pela Lei nº 3.040, desmembrou-se de Martins e tornou-se um município Potiguar.